terça-feira, 11 de setembro de 2012

Breve Resumo : Idade Média e Feudalismo




Na Idade Média prevaleciam as relações de vassalagem e suserania. O vassalo recebia do suserano um lote de terra e em troca devia ao senhor fidelidade e trabalho. Estas redes de vassalagem se estendia a todos e chegava ao rei – que era tido como um vassalo de Deus.

A sociedade era estática e hierarquizada tendo em seu topo o clero (membros da Igreja católica) e a Nobreza (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques e viscondes). A nobreza era detentora das terras e arrecadava impostos dos camponeses.

Nessa época o cavaleiro é o detentor dos instrumentos necessários para vencer o combate, graças à superioridade do cavalo, da armadura e das armas. Ele chega esta condição através de um rito, a sagração momento no qual após ter atingido sua educação militar e através de uma cerimônia, ascendia a posição de defensor da paz. Na França este grupo rapidamente se tornou hereditário ao receber feudos em troca dos serviços prestados, ocorrendo ali uma fusão entre cavalaria e nobreza.

Uma parte dos nobres, principalmente os não-primogênitos tornam-se cavaleiros sem fortuna girando ao redor de um grande senhor e prontos para aventurarem-se em guerras privadas, daí os estímulos externos das Cruzadas para controlá-los. Como não havia terras para todos, uma parte da nobreza passou a voltar-se para saques e guerras privadas.

Tentando solucionar este problema, a Igreja buscou estipular normas a serem adotadas pelos cavaleiros. Pela Paz de Deus (fins do século X), eles deveriam respeitar os camponeses, os clérigos, mercadores e os seus bens e pela Trégua de Deus (século XI) se absteriam de lutar entre a quinta à tarde e a segunda-feira pela manhã. A Igreja tentou também transformar o cavaleiro num miliciano de Deus, um defensor dos pobres, viúvas e do clero.

cavaleiro que fosse para a Cruzada recebia da Igreja o perdão por seus pecados. Para São Bernardo, o modelo de perfeição era o monge-cavaleiro e por isto ele deu grande apoio ao surgimento das Ordens Militares, como a dos Templários.


IGREJA CATÓLICA E SUA INFLUÊNCIA NA EUROPA MEDIEVAL

Durante a maior parte da Idade Média, a Igreja permaneceu como a instituição mais organizada e estável da Europa. Os Estados “bárbaros” constituíam-se e desapareceram sucessivamente, em virtude de guerras internas e invasões. A Igreja, ao contrário, centralizou sua administração em Roma, enquanto fazia crescer seu patrimônio e seu poder econômico por meio de doações, esmolas e isenção de impostos. No século XI foi implantado o celibato obrigatório (proibição do casamento) a todo o clero, o que impedia o surgimento de herdeiros que reivindicassem bens da Igreja. Como as leis da época não garantiam a filhos ilegítimos nenhum direito à herança, o patrimônio eclesiástico se mantinha fora do alcance dos que nascessem da quebra da castidade clerical.

Não deve causar surpresa, portanto, o fato de a Igreja ter se tornado o maior proprietário rural da Europa medieval. E, se lembrarmos a importância da propriedade da terra no mundo feudal, não é difícil presumir a influência que isso proporcionava à instituição.

A Igreja sempre se empenhou na evangelização – constante divulgação de sua doutrina -, buscando sobre tudo novas conversões entre os povos pagãos (aqueles que não foram batizados).

Graças a sua influência, a Igreja chegou a ditar até regras para a economia, como a proibição da usura e da especulação. Ela impôs também o “justo preço”: todo produto deveria ser vendido a um preço que cobrisse apenas seu custo e o trabalho do produtor; tal preço seria calculado pelo Estado e pelas associações de artesãos e mercadores.

No ensino, a Igreja se tornou responsável pelas escolas – onde estudavam os filhos da nobreza e os futuros clérigos. Os estudos, sempre dirigidos por padres ou monges, se dividiam em dois níveis: o elementar (alfabetização e aritmética básica) e o superior. Este era subdividido em duas áreas: trivium (gramática, lógica e retórica) e quadrivium (música, geometria, astronomia e aritmética).

partir do século XIII, a Igreja organizou as universidades, que, embora sujeitas a papas e reis, ganharam autonomia, e ainda na Idade Média passaram a admitir cada vez mais leigos entre seus professores. As universidades de Sorbonne (Paris), Bolonha, Salamanca, Oxford, Cambridge, Salerno, Roma, Montpellier, entre outras, surgiram durante o período medieval.

Vários aspectos da vida social na Idade Média foram igualmente regulados pela Igreja: casamentos, divórcios (por incesto, bigamia, adultério, etc.), divisão de heranças, definição das obrigações dos casais, registros paroquiais de nascimento (com o batismo), matrimônios, falecimentos, entre outros. Pertenciam à Igreja – que possuía recursos financeiros para isso – vários orfanatos, hospitais, asilos para loucos e hansenianos.

No que se refere à política, a Igreja passou a legitimar o poder de reis e imperadores – o que era simbolizado na coroação e na unção deles pelo papa -, criando até mesmo teorias para explicá-lo. Entre essas a mais difundida foi a dos “dois gládios” (gládio quer dizer espada), desenvolvida sobretudo no pontificado de Gregório VII (1073-1085). Segundo ela, o poder dos reis (gládio temporal) governava os corpos, enquanto o poder do papa (gládio espiritual) governava as almas. Ora, pela doutrina cristã, a alma era mais importante do que o corpo, logo o poder da Igreja era superior aos soberanos. Estes estavam sujeitos ao julgamento do sumo pontífice, exatamente por serem inferiores a ele.

Não é fácil imaginar o que a excomunhão – ou seja, a expulsão da Igreja, decretada apenas pelo papa, poderia significar na sociedade medieval, onde ser cristão representava o único meio de garantir algum direito. Frequentemente os papas usaram a excomunhão como arma política contra reis e imperadores, com o fim de submetê-los e desacreditá-los diante de seus súditos. Afinal, nenhum vassalo tinha a obrigação de obedecer a um soberano excomungado.



A IGREJA E A USURA

historiador francês Jacques Le Goff consultou um manuscrito do século XIII, na biblioteca nacional de Paris, que expõe com clareza como os clérigos opunham-se à usura, isto é, ao empréstimo a juros:

"Os usurários pecam contra a natureza querendo fazer dinheiro gerar dinheiro, como cavalo com cavalo ou mulo com mulo. Além disso, os usurários são ladrões (latrones), pois vendem o tempo, que não lhes pertence, e vender um bem alheio, contra a vontade do possuidor, é um roubo. Ademais, como nada vendem a não ser a espera do dinheiro, isto é, o tempo, vendem os dias e as noites. Mas o dia é o tempo da claridade e a noite o tempo do repouso. Portanto, não é justo que tenham a luz e o repouso eternos”. (Citado em Jacques Le Goff, A bolsa e a vida: a usura na Idade Média, p. 40-1).


A IMPORTÂNCIA DA CONFISSÃO

De coletiva e pública, excepcional e reservada aos pecados mais graves, a confissão se torna aurilar, da boca para o ouvido, individual e particular, universal e relativamente freqüente. O IV Concilio de Latrão (1215) marca uma grande data. Torna obrigatória a todos os cristãos – isto é, homens e mulheres – a confissão, ao menos uma vez por ano, durante a Páscoa. O penitente é obrigado a explicar seu pecado em função de sua situação familiar, social, profissional, das circunstancias e de sua motivação. [...] O penitente deve se interrogar sobre a própria conduta e suas intenções, entregar-se a um exame de consciência. [...] É o começo da modernidade psicológica. O confessor deverá fazer perguntas convenientes que o levem a conhecer seu penitente, a separar, de seu lote de pecados, os graves, mortais sem contrição nem penitencia, e os mais leves, os veniais que podem ser redimidos. Os pecadores que morrem em estado de pecado mortal irão para o lugar tradicional da morte, do castigo eterno, o Inferno. Os que morrerem carregados apenas com pecados veniais passarão um tempo mais ou menos longo de expiação num lugar novo, o Purgatório, que irão deixar depois de purificados, purgados, em troca de vida eterna, o Paraíso, o mais tardar no momento do Juízo Final. (Jacques Le Goff, A bolsa e a vida: a usura na Idade Média, p. 11-2).


AS MULHERES E A IDADE MÉDIA

É difícil sustentar a hipótese de uma marginalização generalizada da mulher na Idade Média. O casamento, tornando-se responsável pela reprodução biológica da família, garantia-lhe papel de relevo na estabilidade da ordem social. Esta integração tinha, contudo, os seus limites. Juridicamente despersonalizada, esteve reduzida ao meio familiar e domestico. Reproduzia biologicamente os homens que iriam continuar a dirigir a sociedade.

As mulheres desempenharam funções importantes na sociedade medieval. As camponesas auxiliam suas famílias nas tarefas agrícolas cotidianas, enquanto as pertencentes às famílias nobres se encarregavam da tecelagem e da organização da casa, orientando o trabalho das servas. Muitas eram artesãs: nos grandes feudos da Alta Idade Média existiam oficinas de produtos como pentes, cosméticos, sabão e vestuário com mão-de-obra inteiramente feminina. Mas todas elas, desde as servas até as mulheres da alta nobreza, estavam submetidas a seus pais e maridos. E a Igreja justificava e favorecia tal dominação, mostrando-se totalmente hostil ao sexo feminino. Alguns teólogos chegavam a afirmar que a mulher era a maior prova da existência do diabo.


ECONOMIA

A economia feudal possuía base agrária, ou seja, a agricultura era a atividade responsável por gerar a riqueza social naquele momento. Ao mesmo tempo, outras atividades se desenvolviam, em menor escala, no sentido de complementar a primeira e suprir necessidades básicas e imediata.


POVOADOS

Os primeiros povoados medievais estabeleceram-se em terras pertencentes a senhores feudais. Costumavam ser rodeados por duas ou três glebas, grandes extensões de terras aráveis, também chamadas de reservas servis. Nos povoados, moravam artesãos, pequenos comerciantes e alguns camponeses. Todos eram obrigados a pagar impostos ao senhor.

Assistam esse vídeo explicativo sobre a Idade Média ;)

10 Filmes Medievais

A Idade Média é o período compreendido entre o fim do Império Romano (Idade Antiga) e o início das grandes navegações, com a chegada à América e, também, a queda de Constantinopla, que deram início à Idade Moderna.
Os cerca de mil anos foram marcados pela disseminação (e jugo) do cristianismo e por batalhas que deram a Europa boa parte da sua divisão geo-política atual.
Deste período, as Cruzadas e a peste negra foram os fatos mais explorados pelo cinema.
Esta lista traz 10 filmes passados na Idade Média, procurando dar um panorama geral da época, mas estejam à vontade para sugerir outros títulos. 

1.Ladyhawke, o Feitiço de Aquila (começo a lista com esta encantadora fantasia romântica sobre um casal impedido de viver seu amor, por uma maldição lançada pelo bispo de Aquila, onde ele - Rutger Hauer -, durante as noites, se transformava num lobo e ela - Michelle Pfeiffer -, durante os dias, se transformava num falcão, jamais se encontrando sob a forma humana. com a ajuda de um prisioneiro - Matthew Broderick -, que escapou das muralhas. e passando por grandes batalhas e aventuras, o casal vai tentar acabar com a maldição)


2. O Leão no Inverno (no natal de 1183, o rei Henry II - Peter O'Toole - reúne os 3 filhos e a esposa - Katharine Hepburn -, no castelo, onde ela está isolada há anos, para não interferir no seu reinado. a razão do encontro é decidir quem irá sucedê-lo no trono inglês. rei e rainha têm seus preferidos, mas os filhos farão alianças e intrigas, onde tudo o que interessa é o poder)

2. O Leão no Inverno (no natal de 1183, o rei Henry II - Peter O'Toole - reúne os 3 filhos e a esposa - Katharine Hepburn -, no castelo, onde ela está isolada há anos, para não interferir no seu reinado. a razão do encontro é decidir quem irá sucedê-lo no trono inglês. rei e rainha têm seus preferidos, mas os filhos farão alianças e intrigas, onde tudo o que interessa é o poder)

 3. Cruzada (no século 12, um bastardo ferreiro francês - Orlando Bloom - torna-se cavaleiro e barão de um feudo na terra santa, por obra de seu pai nobre. após sua morte, ele vai para Jerusalém, numa cruzada, tomar posse de seu feudo. no caminho enfrenta e mata um experiente guerreiro mulçumano. excelente recriação de época de Ridley Scott)
4. El Cid (Charlton Heston interpreta o lendário herói espanhol na luta contra os invasores mouros no século 11 e seus esforços pela unificação da Espanha. grandes cenas de batalhas e ótima reconstituição de época num épico de Hollywood)

5.Os Contos de Canterbury (o menos famoso dos filmes da "trilogia da vida" de Pier Paolo Pasolini, foi gravado em locações na Inglaterra, embora seja falado em italiano. baseado nos contos do poeta Chaucer, do século 14, começa com uma peregrinação a Canterbury, onde os componentes contam suas divertidas histórias envolvendo sexo, escatalogia e crítica à igreja. ótima trilha de Ennio Morricone, direção de arte de Dante Ferretti e figurinos de Danilo Donati e sequências com inspiração no pintor Hyeronimus Bosch)

6. A Lenda da Flauta Mágica (no verão de 1349, a peste negra atinge Hamelin, no norte da Alemanha. um grupo de menestréis chega para o casamento da filha do prefeito. um dos menestréis, um flautista, se oferece para atrair os ratos, com sua música, para fora da cidade, mas o prefeito desiste de contratá-lo. um boticário judeu procura a cura para a praga, mas é acusado de magia pelos padres. ganância, corrupção, ignorância e a doença vão destruir a cidade. filme americano do francês Jacques Demy, baseado na famosa lenda do flautista de Hamelin)

 7.Joana d'Arc (nascida em 1412, na França, Joana ainda jovem desenvolveu uma forte religiosidade. a guerra dos cem anos com a Inglaterra se prolongava desde 1337. ela então tem uma visão, que a impele a liderar os franceses numa missão divina de libertar o país dos ingleses. mas isso é o começo do seu fim. escolhi a versão de Luc Besson, estrelada por Milla Jovovich, mas existe uma ótima versão com Ingrid Bergman)
8.Conquista Sangrenta (um bando de mercenários medievais, decide vingar-se de um nobre que não os pagou, raptando sua a noiva de seu filho. como a peste e a guerra deixaram um rastro de destruição por toda a terra, invadem o castelo, expulsam seus ocupantes e ficam a espera do seu destino. aventura violenta de Paul Verhoeven, estrelada por Rutger Hauer)

9.Coração Valente (o filme retrata a vida do herói escocês William Wallace, que no final do século 13, uniu seus compatriotas para enfrentar os exércitos ingleses e os senhores feudais, para libertar a Escócia. ganhador de 5 Oscars, incluindo filme e diretor para Mel Gibson)

10.Robin Longstride (Russell Crowe) integra o exército do rei Ricardo Coração de Leão (Danny Huston), que está em plenas cruzadas. Após a morte do rei, ele consegue escapar juntamente com alguns companheiros. Em sua tentativa de fuga eles encontram Sir Robert Loxley (Douglas Hodge), que tinha por missão levar a coroa do rei a Londres. Loxley foi atacado por Godfrey (Mark Strong), um inglês que serve secretamente aos interesses do rei Filipe, da França. À beira da morte, Loxley pede a Robin que entregue a seu pai uma espada tradicional da família. Ele aceita a missão e, vestido como se fosse um cavaleiro real, parte para Londres. Após entregar a coroa ao príncipe João (Oscar Isaac), que é nomeado rei, Robin parte para Nottingham. Lá conhece Sir Walter (Max von Sydow) e Marion (Cate Blanchett), respectivamente pai e esposa de Loxley.

Editado por: Tathiane Araújo


1453: Constantinopla é tomada pelos turcos




Em 29 de maio de 1453, a cidade de Constantinopla, capital do Império Bizantino desde o ano de 395, cai nas mãos do sultão otomano Mehmet II, após um sítio de diversas semanas. Desde o século XIV, que os turcos otomanos haviam se apoderado de grande parte da península balcânica. Esta vitória corta o Ocidente de suas raízes greco-romanas e orientais. A cidade seria rebatizada de Istambul e atingiria seu apogeu sob o reinado de Solimão I, o Magníico (1520-1566).
 
Constantinopla era, até o momento de sua queda, uma das cidades mais importantes no mundo. Localizada no estreito do Bósforo entre o mar Negro e o mar de Mármara, funcionava como uma ponte para as rotas comerciais que ligavam a Europa à Ásia por terra. Também era o principal porto nas rotas que iam e vinham entre o mar Negro e o mar Mediterrâneo. Para explicar como uma cidade deste porte caiu em mãos estrangeiras, é preciso uma explicação histórica.

A partir do século III, o centro administrativo do Império Romano tendia a voltar-se mais para o Oriente, por múltiplas razões. Primeiro pela necessidade de defesa das fronteiras orientais; depois porque o oriente havia se tornado a parte econômica mais vital do domínio romano; por fim Roma era uma cidade rica de vestígios pagãos, o que era inconveniente num império cristão. Desse modo Constantino decretou a construção de uma nova capital, onde ficava a antiga fortaleza grega de Bizâncio, ponto de grande importância estratégica. A nova cidade recebeu o nome de Constantinopla, "cidade de Constantino" e foi concebida como uma "nova Roma". Rapidamente se tornou o centro político e econômico do Império. Sua criação teve repercussões também no plano eclesiástico: enquanto em Roma a Igreja Católica adquiriu mais autoridade, em Constantinopla o poder civil controlou a Igreja.
 
O declínio do Império Bizantino decorre principalmente da expansão dos turcos seljúcidas e dos conflitos com os húngaros. Porém, a primeira vez que Constantinopla foi saqueada o foi pelos cristãos ocidentais, e não por seus inimigos tradicionais. A capital do Império Romano do Oriente foi tomada pela Quarta Cruzada em 1204. O ataque foi feito pelo mar, e a cidade foi saqueada e incendiada por três dias, e nem tesouros da Igreja Ortodoxa e supostas relíquias cristãs, riquezas acumuladas por quase 1000 anos, foram poupados.

Em 1190, a Terceira Cruzada, formada por contingentes das potências ocidentais, não recebera dos bizantinos o apoio esperado quando se dirigia à Terra Santa. Tal fato se deu porque os bizantinos, acreditando que o líder dos turcos, Saladino, principal inimigo dos cruzados instalados na Terra Santa, fosse invencível, preferiram manter a maior neutralidade possível. Outro fator era o cisma religioso existente, não aplacado pelos esforços da Igreja Católica Romana e da Igreja Católica Ortodoxa Grega. Também deve ser considerado o costume de se distribuir entre os generais e seus soldados o butim de guerra, formado pelos lendários tesouros e famosas relíquias.
 
Além disso, existia uma crise sucessória no trono bizantino, que facilitou a investida cruzada. Depois de uma revolta bizantina, em 1204 os cruzados novamente tomaram a cidade. Inaugurou-se assim o chamado Império Latino (1204-1261) com o reinado de Balduíno I (Balduíno IX, Conde da Flandres) . Parte dos territórios bizantinos foram divididos entre os chefes da cruzada, formando-se os reinos independentes católicos na região de Tessalônica, Trebizonda, Épiro e Nicéia. Os bizantinos reuniram forças, e em 1261 retomaram Constantinopla e restabeleceram seu domínio sobre a Península Balcânica. Mas agora governavam um império depauperado economicamente e sem o apoio da Igreja Católica, que perdurou até 1453.

Mesmo antes da Quarta Cruzada, o Império Bizantino vinha, havia muitos séculos, perdendo territórios para muçulmanos no Oriente Médio e na África. No início do século XI, uma tribo turca vinda da Ásia Central, os seljúcidas, começaram a atacar e ganhar territórios bizantinos na Anatólia. No final do século XIII, os seljúcidas já haviam tomado quase todas as cidades gregas da Anatólia. Nesta época, um clã semi-nômade turco teria migrado do norte da Pérsia para o oeste. O líder desse clã chamava-se Osman I ou Othman, daí porque esses turcos passaram a ser conhecidos como "otomanos".

A queda de Constantinopla teve grande impacto no Ocidente. Os cronistas da época confiavam na resistência das muralhas e achavam impossível que os turcos pudessem superá-las. Chegou-se a iniciar conversações para uma nova cruzada para liberar Constantinopla do jugo turco, mas nenhuma nação quis ceder tropas naquele momento. Para os historiadores em geral a Queda de Constantinopla marcou o fim da Idade Média.
 
Com Constantinopla sob domínio muçulmano, o comércio entre Europa e Ásia declinara subitamente. Nem por terra nem por mar os mercadores cristãos conseguiriam passagem para as rotas que levavam à Índia e à China, de onde provinham as especiarias e artigos de luxo.

As nações européias iniciaram projetos para o estabelecimento de rotas comerciais alternativas. Portugueses e espanhóis aproveitaram sua posição geográfica junto ao Oceano Atlântico e à África para tentar um caminho ao redor deste continente para chegar à Índia. Já Cristóvão Colombo via uma possibilidade de chegar à Ásia pelo oeste, através do Oceano. Com as Grandes Navegações, Portugal e Espanha, países outrora sem muita expressão, se tornaram no século XVI os mais poderosos do mundo, estabelecendo uma nova ordem mundial. 

Editado por: Tathiane Araújo

Videos sobre A Guerra dos Cem Anos


Aqui estão alguns videos sobre a Guerra do Cem Anos, vale muito a pena assisti-los. 
Espero que gostem :D


http://www.youtube.com/watch?v=AIeqVuusnpY

http://www.youtube.com/watch?v=T6S6150hSdc&feature=fvwrel

http://www.youtube.com/watch?v=9GFMOsDbhxk&feature=fvwrel

http://www.youtube.com/watch?v=5R_bdK026Qk&feature=fvwrel

Editado por: Tathiane Araújo

Guerra dos Cem Anos : a derrota inglesa

Em 1346 e 1347, as batalhas de Crécy e de Calais, vencidas pelos ingleses, deram a estes o controle de grande parte do norte da França e do canal da Mancha. Contando com tropas mercenárias e armas mais poderosas, entre as quais se destacava o Grande Arco, que permitia lançar flechas a mais de 300 metros, e ainda com o apoio financeiro das cidades da Flandres, os ingleses eram militarmente muito superiores ao velho exército de cavaleiros franceses, cuja bravura foi ineficiente ante tropas mais bem treinadas e armadas. Apenas na batalha de Crécy, os franceses perderam 1.500 cavaleiros - contra apenas três cavaleiros e quarenta arqueiros ingleses mortos.

O avanço inglês foi detido por um fenômeno terrível que atingia a Europa nesse momento. Trata-se da Peste Negra, uma epidemia originária do Oriente e que encontrou nas cidades européias um espaço ideal para sua disseminação. A peste disseminou-se com uma rapidez extraordinária desde o norte da Itália, onde começara a se manifestar em 1347, atingindo praticamente todas as regiões da Europa ocidental, sendo responsável pela interrupção da guerra.

Entretanto, as batalhas foram retomadas em 1356, com o ataque inglês ao centro-oeste da França. Nesse ataque, Eduardo 3º contou com o apoio de vários nobres franceses, notadamente o duque da Bretanha, que viam na aliança com os ingleses uma forma de ampliar seus domínios. O momento mais agudo dessa ofensiva inglesa foi a batalha de Poitiers, na qual os cavaleiros franceses foram aniquilados e o próprio rei da França, João 2º, o Bom, foi aprisionado pelos ingleses, vindo a morrer oito anos depois. 

A derrota obrigou os franceses a assinarem o Tratado de Brétigny (1360), que reconhecia o domínio inglês sobre as regiões conquistadas e devolvia os territórios tomados no início do conflito.

Convocação dos Estados Gerais e Jacquerie

A derrota provocou na França a oposição unânime contra o governo real. A oposição maior vinha de camponeses, arruinados pela guerra, e dos comerciantes das cidades, dado que ela havia desorganizado toda a atividade comercial. 

Carlos 5º, que assumira o trono com a morte de seu pai, João, o Bom, foi obrigado a convocar os Estados Gerais, a fim de obter os recursos e o apoio necessários à retomada da guerra. Tratava-se de uma assembléia criada no século 13 por Felipe, o Belo, reunindo representantes das 3 ordens da sociedade francesa, o clero, a nobreza e o povo. Sendo o voto censitário, o povo era ali representado por uma elite de burgueses enriquecidos que, ante a desorganização da nobreza, assumiram o controle da assembléia. 

Os Estados Gerais passaram, contudo, a exigir que todos os assuntos ligados à defesa do Estado passassem por suas mãos, inclusive a dotação de verbas para o exército. Carlos 5º, em represália, dissolveu a assembléia. Tal medida levou a uma rebelião em Paris, liderada pelo comandante da cidade, Estevão Marcel, e apoiada pelos ricos comerciantes e trabalhadores pobres, obrigando Carlos 5º a convocar novamente a assembléia e aceitar todas as reivindicações do terceiro estado.

Simultaneamente, eclodiu nas províncias do norte da França uma violenta revolta camponesa, em reação à servidão, às pesadas contribuições de guerra e à miséria decorrente da cobrança de impostos. As seguidas derrotas dos nobres franceses ante os ingleses contribuíram para reduzir o temor que estes infligiam aos camponeses. Em 1358, um choque sangrento entre camponeses e cavaleiros num pequeno povoado do norte detonou a revolta camponesa conhecida como Jacquerie (o nome deriva da designação pejorativa, Jacques Bonhomme - Jacques, o simples - com que os nobres se referiam aos camponeses).

Enfraquecida pela guerra, a nobreza não foi capaz de fazer frente à revolta que, num primeiro momento destruiu castelos e assassinou famílias inteiras de nobres. Entretanto, a falta de organização do movimento permitiu à nobreza recobrar o controle das províncias em duas semanas. A repressão ao movimento foi brutal, tendo sido executados mais de vinte mil camponeses.

Contra-ofensiva francesa

Ao mesmo tempo, o medo provocado pelo movimento camponês fez com que a nobreza compreendesse a necessidade de deter as lideranças populares, inclusive urbanas. Assim, passou a apoiar o rei contra a rebelião parisiense. Foi com o apoio da nobreza que Carlos 5º ocupou Paris com seu exército, aprisionando e executando Estevão Marcel, pondo fim às reivindicações dos Estados Gerais e retomando o poder efetivo.

A retomada das atribuições reais permitiu a Carlos 5º reorganizar o exército francês. As velhas milícias de cavaleiros foram substituídas por exércitos mercenários, caros mas largamente eficientes. Foi essa reorganização militar que permitiu a Carlos 5º uma contra-ofensiva sobre os ingleses. Ignorando o Tratado de Brétigny, obteve vitórias significativas, retomando grande parte do território perdido.

Intervalo e retomada do conflito

Iniciou-se então um período de trinta e três anos sem que houvesse conflitos armados entre as duas monarquias, mas também sem que houvesse um tratado que selasse uma efetiva paz. Durante essas décadas, entretanto, questões internas às duas monarquias, notadamente a francesa, foram decisivas para a retomada da guerra.

Na Inglaterra, eclodiu em 1381 uma violenta revolta camponesa, conhecida como revolta de Wat Tyler. Ao lado das questões que motivariam naturalmente sublevações camponesas, como a miséria, a servidão e a exploração, a revolta teve como estopim a criação de um imposto, chamado de poll tax, no valor de um xelim por adulto do reino, para financiar o esforço de guerra.

Em que pese ser usualmente vista como uma revolta camponesa, a revolta de Wat Tyler teve o apoio de setores urbanos, a quem a taxa também penalizava seriamente. A revolta ampliou ainda mais o clima de instabilidade no país, mostrando a fraqueza da monarquia, já desprestigiada pelas perdas na guerra com a França. Essas perdas foram também responsáveis por uma reação da nobreza, que passou a lutar contra o rei, Ricardo 2º, depondo-o em 1389. Em seu lugar assumiu Henrique 4º, neto de Eduardo 3º, dando início à dinastia Lancaster.

Na França, o rei Carlos 5º, morto em 1380, fora sucedido por Carlos 6º. Tido como louco, Carlos 6º passou a sofrer forte oposição de setores da nobreza francesa. Destacou-se aí o papel do ducado da Borgonha, um dos mais poderosos da França e que, num quadro de ampliação do poder real, via sua autonomia drasticamente reduzida. A luta contra o rei gerou a divisão da França em verdadeiros partidos. 

Borguinhões e armagnacs

Ao lado da monarquia alinharam-se o irmão do rei, Luís de Orléans, e Bernardo de Armagnac. Contra ele, o ducado da Borgonha, liderado por João Sem Medo e com o apoio da Inglaterra. A luta entre borguinhões e armagnacs enfraqueceu a França, abrindo espaço para a contra ofensiva inglesa.

Os conflitos forma retomados desde 1413 por Henrique 5º, rei da Inglaterra. A Batalha de Azincourt, em 1415, representa o grande momento da nova ascensão inglesa, que, vitoriosa, impôs o Tratado de Troyes, em 1420, aos franceses, que garantia à Inglaterra todo o norte do país, inclusive Paris, e, o mais grave, destituía o delfim (título que na França era atribuído ao herdeiro do trono, geralmente o filho mais velho do rei) Carlos, filho de Carlos 6º, colocando-se Henrique 5º da Inglaterra como sucessor do trono francês. Para consolidar tal acordo, Henrique casou-se com Catarina, filha do rei Carlos 6º, e, portanto, irmã do delfim.

Em 1422 morreram os dois reis, Henrique 5º, da Inglaterra, e Carlos 6º, da França. Pelo tratado de Troyes, o trono francês passaria para Henrique 6º, da Inglaterra, então uma criança, tendo sua mãe como regente.

Entretanto, o domínio inglês sobre o norte da França não foi de modo algum simples. A presença estrangeira começava a motivar uma reação nacionalista entre as populações francesas da região. Camponeses e habitantes das cidades moviam ataques sistemáticos aos ingleses, temerosos de que a presença inglesa em Orleans abrisse aos ingleses o caminho para o sul do país.

Joana D'Arc

É nesse contexto que surgiu um figura legendária, uma jovem de origem camponesa chamada Joana D'Arc. Alegando ser portadora de um desígnio que lhe fora atribuído por Deus, de libertar a França da presença inglesa, Joana D'Arc conseguiu motivar um fervor ao mesmo tempo religioso e patriótico entre a população e as tropas locais. 

Foi sob a liderança de Joana que os franceses derrotaram os ingleses em Orleans, abrindo caminho para a retomada do norte do país. Com isso, o delfim Carlos, ignorando o Tratado de Troyes, assumiu o trono como Carlos 7º, passando a liderar o país. 

Por outro lado, a liderança exercida por Joana D'Arc, superando em muito o prestígio dos nobres, dos comandantes militares e do próprio rei, representava uma ameaça para setores da nobreza da francesa. Comandando pessoalmente a defesa da fortaleza de Copiegne, Joana foi traída, ficando encurralada entre as tropas da Borgonha e a entrada do castelo, cuja ponte fora erguida. Capturada, foi entregue pelos borguinhões aos ingleses, tendo sido sido acusada de bruxaria e queimada em 1430.

Após a derrota em Orleans, os ingleses foram repetidamente perdendo seus territórios na França. Ante a iminente derrota, o duque da Borgonha, principal aliado dos ingleses, viu-se obrigado a assinar a paz com o rei da França, reconhecendo a autoridade da monarquia em seu território. Desprovida desse apoio, não restou à Inglaterra senão assinar a paz em 1453, retirando-se de todos os seus domínios na França, permanecendo apenas a cidade de Calais em suas mãos.

Os efeitos da guerra foram consideráveis, notadamente para a França. A Guerra dos Cem Anos ajudou a estabelecer uma idéia de nação, acabou com todas as pretensões inglesas sobre territórios franceses e tornou possível a criação de algumas instituições de governo centralizadas, que prenunciavam o aparecimento da monarquia absolutista.

No caso da Inglaterra, a derrota levou à reação de um setor da nobreza contra a monarquia, visando basicamente recuperar as perdas territoriais na França. Essa reação foi a principal responsável pela eclosão da maior guerra civil inglesa, a Guerra das Duas Rosas.

fonte: http://educacao.uol.com.br/historia/guerra-dos-cem-anos-derrota-inglesa.jhtm
Editado por: Tathiane Araújo

Guerra dos Cem Anos

No ano de 1337, teve início um conflito envolvendo a Inglaterra e a França, aGuerra dos Cem Anos, que se estendeu até 1453, e que foi a maior guerra européia medieval, tendo por efeito uma série de transformações decisivas para a afirmação do chamado mundo moderno.

As origens da guerra sintetizam, em vários aspectos, o caráter transitório do período, de um mundo feudal em decomposição, mas ainda predominante, em direção a uma nova realidade, marcada pelo crescimento do comércio, da economia urbana e da riqueza mercantil. Com efeito, tanto os elementos feudais quanto os interesses mercantis foram decisivos para a conflagração.

Causas da guerra

Os atritos entre as monarquias francesa e inglesa remontam ao século 12, envolvendo uma realidade que, muito mais que nacional, era tipicamente feudal. O crescimento do poder da monarquia francesa esteve diretamente ligado ao crescimento do comércio e das cidades. 

A afirmação da economia urbana, em meio a uma Europa ainda essencialmente feudal, não se deu sem pesadas lutas entre as cidades e os poderes feudais - os quais, ao menos em tese, dominavam as cidades. Foi nesse contexto que surgiram as comunas, nome dado às comunidades urbanas que buscavam a carta de franquia (documento que libertava a cidade do domínio senhorial) pela força das armas. 

Os reis franceses perceberam a riqueza gerada pela economia urbana, a qual, ao contrário dos feudos, possibilitava-lhes a arrecadação de somas consideráveis em impostos. Assim, foi uma prática comum dos monarcas franceses apoiarem as cidades em suas lutas contra a nobreza. Essas, em troca, contribuíam com o rei, fornecendo homens e armas para seu exército, além dos recursos crescentes gerados pelos impostos.

Felipe Augusto e a vitória sobre os ingleses

Dessa forma, o poder dos reis da dinastia capetíngia, que governava a França desde o século 10, foi crescendo consideravelmente. Entretanto, esse poder estava longe da natureza nacional do Estado à qual estamos habituados. Persistiam ainda as velhas tradições feudais, com as antigas divisões em ducados e condados, com senhores locais poderosos, controlando por vezes áreas mais extensas que os próprios domínios reais. 

Era o caso de toda a parte ocidental da França, a qual englobava os ducados de Anjou, Normandia e Aquitânia (Gasconha). Todas essas regiões, com o casamento do conde de Anjou, Henrique Plantageneta, com Eleanor de Aquitânia, foram unificadas sob o domínio de Henrique. Embora vassalo do rei da França nesses territórios, Henrique Plantageneta foi, em 1154, coroado rei da Inglaterra, detendo domínios seis vezes maiores que os do rei da França.

Entretanto, pesava contra os plantagenetas o fato de que seus vassalos na França viam, em sua ausência, a possibilidade de se libertar do seu domínio, buscando para isso o apoio dos reis franceses. Com isso, eles foram gradativamente perdendo seus territórios na França. No reinado de Felipe Augusto (1180-1223), este se apoderou dos ducados de Anjou e Aquitânia, motivando a reação do rei da Inglaterra, João 1º (João Sem Terra). 

Mas a vitória sobre os ingleses consolidou o domínio da monarquia francesa nesses territórios. Principalmente porque a derrota custou a João Sem Terra grande parte do seu poder na Inglaterra. Revoltados com os intensos gastos militares, pagos com tributos que o rei impusera à nobreza, os barões feudais ingleses se rebelaram e, ameaçando o rei de deposição, obrigaram-no a assinar a Magna Carta, em 1215, limitando o poder da monarquia e submetendo-a a um conselho de nobres, embrião do Parlamento, mesmo em questões militares. Restou aos ingleses apenas um pequeno território no sudoeste da França, o condado de Tolosa, perdido definitivamente em 1220.

Ao mesmo tempo em que derrotava os ingleses, Felipe Augusto logrou uma importante vitória sobre o Sacro Império, apoderando-se da Flandres, porção nordeste da França, hoje Bélgica, e já então um importante pólo comercial e manufatureiro de tecidos, controlando a rota mais importante para o Oriente, o mar do Norte. Entretanto, a relação entre a região e a monarquia francesa era de relativa autonomia, pagando tributos a esta, mas mantendo ampla liberdade, inclusive comercial.

Interesses comerciais e crise sucessória

Entretanto, ao longo do século 12, os interesses comerciais das cidades da Flandres levaram-na a uma aproximação maior com os interesses ingleses. Grandes produtoras de tecidos, notadamente de lã, essas cidades tinham na lã inglesa sua principal matéria-prima. Com isso, embora formalmente vinculada à França, a região era muito mais próxima efetivamente dos interesses ingleses. Todavia, em 1322, o conde de Nevers, regente de Flandres, prestou juramento de obediência ao seu suserano, Filipe de Valois. Tratava-se de um dos mais importantes nobres franceses, primo do rei da França, Carlos 4º, e, portanto, um dos herdeiros do trono francês.

A situação torna-se mais grave quando, em 1328, Carlos 4º morreu em Paris. Assim como seus dois irmãos mais velhos, Luís 10º e Felipe 5º, todos eles filhos de Felipe 4º, o Belo, Carlos morrera sem herdeiros. Criou-se na monarquia francesa uma crise sucessória. Por um lado, Felipe de Valois, primo do rei e sobrinho direto de Felipe, o Belo, era o pretendente aparentemente óbvio. 

Mas havia outro pretendente. Isabel, filha de Felipe, o Belo e irmã do rei morto, Carlos 4º, havia casado com Eduardo 2º, rei da Inglaterra, tendo com ele um filho, igualmente chamado de Eduardo. Numa avaliação dinástica fria, Eduardo seria o herdeiro do trono, na condição de filho de Isabel, continuando a linhagem direta do antigo rei Felipe, o Belo.

Entretanto, sua condição de herdeiro do trono inglês - e dadas as cada vez mais fortes rivalidades entre as duas monarquias - levou os nobres franceses a buscarem uma fórmula que detivesse suas pretensões. Essa fórmula foi encontrada num antigo e obscuro princípio do direito germânico, a Lei Sálica, segundo o qual nenhuma mulher poderia herdar nem poderia haver herança por linha materna. 

O fato de em momento algum saber-se o que era a chamada Terra Sálica, citada na lei, ou mesmo que reis na França já haviam ascendido ao trono alegando sangue real por linha materna (caso, por exemplo, de Pepino, o Breve) foi deixado de lado pelos franceses. Felipe de Valois foi coroado com o nome de Felipe 6º, pondo fim à dinastia capetíngia e dando início à dinastia Valois.

Com isso, a região da Flandres passava agora a ser vassala da monarquia francesa. Contra esse fato se voltavam os mercadores e industriais das cidades da região, buscando apoio na Inglaterra. Em 1334, Eduardo assume o trono inglês com o nome de Eduardo 3º. Alegando seus direitos ao trono da França, por sua condição de sobrinho direto de Carlos 4º e neto de Felipe, o Belo, Eduardo reclamou para si a coroa francesa. Contou nessa reivindicação com o apoio de Jacques Artervelde, rico mercador que já havia liderado uma rebelião na cidade flamenga de Gand. 

Em represália, Felipe 6º atacou a Flandres e ordenou uma série de ações navais sobre o litoral inglês. Era o início da guerra.

Fonte:http://educacao.uol.com.br/historia/guerra-dos-cem-anos-origens.jhtm
Editado por: Tathiane Araújo

Peste Negra

Aqui estão alguns documentários interessantes sobre a Peste Negra
Espero que gostem :D

http://www.youtube.com/watch?v=Yt5N2J4yEpU

Peste Negra 1/6
http://www.youtube.com/watch?v=_vlO-3Nv4fQ

Peste Negra 2/6
http://www.youtube.com/watch?v=5abcssUjmlg&feature=fvwrel

Peste Negra 3/6
http://www.youtube.com/watch?v=WgnuX0208b8&feature=fvwrel
Peste Negra 4/6
http://www.youtube.com/watch?v=NQz78cwPin0&feature=fvwrel
Peste Negra 5/6
http://www.youtube.com/watch?v=SKIKjFzRlTI&feature=fvwrel
Peste Negra 6/6
http://www.youtube.com/watch?v=HbrbcPFBkQ4&feature=fvwrel

Editado por: Tathiane Araújo